12.29.2012

DESIGUALDADE: RICOS GANHAM 9 VEZES MAIS QUE OS POBRES



DESIGUALDADE: RICOS GANHAM 9 VEZES MAIS QUE OS POBRES

Redacção

As desigualdades continuam bem vincadas em Portugal. Em 2010, os mais bem pagos auferiram quase 10 vezes mais que os que têm piores rendimentos.
De acordo com os Indicadores Sociais, revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), «o rendimento monetário líquido equivalente dos 10% da população com maiores rendimentos correspondia a 9,4 vezes o rendimento dos 10% da população com menores rendimentos».
O fosso agravou-se ligeiramente face a 2009, quando os rendimentos mais altos valiam 9,2 vezes os mais baixos.
PIB per capita, consumo e crédito à habitação recuam E num país em que as desigualdades grassam, a pobreza alastra. Em 2010, 18% da população encontrava-se em risco de pobreza, um valor próximo do estimado para os dois anos anteriores (17,9%). Aliás, o INE indica mesmo que o valor do salário mínimo encolheu.

Apoios sociais arrancam menos gente da pobreza
O contributo das transferências sociais (relacionadas com a doença e a incapacidade, família, desemprego e inclusão social) para a redução do risco de pobreza foi de 7,4 p.p. Em 2010, face a 8,5 p.p. no ano anterior. Ou seja, as prestações sociais têm menos poder para retirar as famílias da miséria.
No ano em análise, as receitas de proteção social aumentaram 2,2%, relativamente ao ano anterior. Para este crescimento contribuíram, essencialmente, as contribuições sociais dos empregadores (1,3%), as contribuições sociais das pessoas protegidas (2,2%) e as contribuições das administrações públicas (5,7%).
Pelo lado da despesa verificou-se um aumento de 2,5% devido ao aumento das prestações sociais (2,0%) e da rubrica «Outras despesas», que subiu 22%.
A proporção das despesas em prestações sociais no total das despesas de proteção social era de 92,1%. Por grupo de funções destacam-se os aumentos das despesas com as funções Desemprego (8,3%) e com Velhice e Sobrevivência (3,9%).

Em 2010 existiam 206.700 famílias com processamentos de Rendimento Social de Inserção (192.276 no ano anterior).
Em termos evolutivos (2005 a 2010) as receitas de proteção social aumentaram, nesse período, 21,5% e as despesas 23,2%. As prestações sociais com o desemprego aumentaram 21,4% no período.

PIB per capita encolhe, consumo também
O alastrar da pobreza dos cidadãos não é alheio ao empobrecer do próprio Estado. No ano passado, a riqueza produzida pelo país, por habitante, diminuiu em termos reais.
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, a preços constantes de 2006, era de 15.062,09 euros, menos 1,7% que em 2010.
Os efeitos chegam, em cadeia, ao consumo final das famílias, que recuou também 0,1% face ao ano anterior. Isto num ano em que a taxa de inflação anual disparou para 3,65%. No ano anterior esta taxa tinha sido de 1,40%.
O montante dos empréstimos concedidos para aquisição de habitação diminuiu 1,5%, relativamente ao ano anterior.
Os cortes de despesa das famílias fizeram sentir-se também, por exemplo, nas atividades de lazer.


Emprego: salário mínimo
cai 3,6% num ano
Indicadores do INE mostram que o ordenado mínimo diminuiu no último ano, ao passo que a taxa de desemprego aumentou

Por Redacção  RL 2012-12-27 11:59

O salário mínimo nacional, em termos reais, diminuiu 3,6 por cento em 2011, face ao ano anterior, revela esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Já a subir ficou a taxa de desemprego que atingiu os 12,7% no final do ano, abrangendo, com maior impacto, as mulheres (13,1% contra os 12,4% de homens).
No total, 706,1 mil pessoas estavam fora do mercado de trabalho no ano passado, sendo que 10,5% procurava o primeiro emprego.
Por grupo etário, a taxa mais elevada verificou-se nos jovens com idades entre os 15 e os 24 anos (30,1%).
A nível regional, verificaram-se taxas de desemprego superiores à média nacional no Algarve (15,6%), Lisboa (14,1%), Região Autónoma da Madeira (13,8%) e Norte (13%).

Maioria trabalha mais de 36 horas/semana
Já no grupo dos portugueses empregados, a maioria (72,3%) trabalhou mais de 36 horas semanais, sendo que a média ascendeu a 39,2 horas por semana.
Grande parte dos trabalhadores nacionais (61%) tinha, no máximo, como nível de ensino completo o ensino básico - 3º ciclo.

Crise: portugueses cortam nas atividades de lazer
Compra de jornais e idas ao cinema diminuíram. No caso das estadias em hotéis inverteu-se a tendência de crescimento dos anos anteriores

Por Redacção  RL 2012-12-27 12:38
Os portugueses cortaram os seus gastos com jornais, sessões de cinema e em estabelecimentos hoteleiros, revela esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Um apertar de cinto que se refletiu no número de títulos nas bancas. O número de títulos de jornais diminuiu 157 em 2011 face ao ano anterior, para um total de 539. Os jornais diários registaram menos cinco títulos e os não diários menos 152. Por seu lado, as revistas perderam, no conjunto dos vários tipos de periodicidade, 161 títulos.
De 2005 a 2011, os jornais diários perderam seis títulos e os não diários 224. Já as revistas perderam 190 títulos.
Também as idas ao cinema foram reduzidas: o número de espectadores caiu 5,2% face a 2010, tocando níveis de 2009.
A sofrer com a crise estão, ainda, as unidades hoteleiras, com o número de dormidas a recuar 10,9% em 2011, em comparação com o ano anterior.
Porém, o número de dormidas por motivo de lazer, recreio ou férias em alojamentos turísticos privados cresceu 3,4%.
Contas feitas, entre 2005 e 2011, «as dormidas em estabelecimentos hoteleiros por motivo de lazer, recreio ou férias cresceram 18,8%».

Postado por Joaquim Carlos

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