1.14.2013

TAXAS MODERADORAS: AUMENTO EXCLUIU «DEZENAS OU CENTENAS DE MILHARES»


TAXAS MODERADORAS: AUMENTO EXCLUIU «DEZENAS OU CENTENAS DE MILHARES»

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O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Cascais, Adalberto Campos Fernandes, avisou que o último aumento das taxas moderadoras «empurrou para fora do sistema de saúde» dezenas ou centenas de milhares de pessoas.

«Estamos no limite de segurança crítico de introdução de barreiras económicas ao acesso [à saúde]», afirmou Adalberto Campos Fernandes, ao comentar a proposta do FMI para aumento das taxas moderadoras, durante um debate em Lisboa sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para o especialista em economia de saúde, a proposta do FMI transforma as taxas moderadoras em copagamentos, considerando uma ideia descabida e própria de quem desconhece a realidade portuguesa.

Responsável do Hospital de Cascais garante que «estamos no limite» de pagamento da saúde pública «É de quem está a 10 mil quilómetros daqui e não faz a mínima ideia do que está a dizer», comentou. «O último aumento de taxas moderadoras [registado há um ano] empurrou para fora do sistema de saúde dezenas ou centenas de milhares de pessoas», frisou.

Por isso mesmo, e devido ao contexto de crise, o administrador do Hospital de Cascais diz que deveria haver «uma caracterização epidemiológica da pobreza», na mesma linha do defendido pelo professor da Escola de Saúde Pública Constantino Sakellarides, que advogou a criação de um sistema público de monitorização dos impactos da crise na saúde.

Adalberto Campos Fernandes lamentou ainda que os decisores políticos andem a fugir da questão dos subsistemas de saúde, como a ADSE, que já vêm identificados como um problema a resolver no primeiro memorando da troika.

«Não percebo como somos tão seguidores dos dispositivos do memorando, mas desde maio de 2011 que o documento indica que os subsistemas são um problema. Andamos há um ano e meio a fugir desta questão como diabo da cruz», comentou.

Para contribuir para a sustentabilidade do SNS, o responsável do Hospital de Cascais defendeu ainda que a reforma hospitalar deve avançar como um «imperativo cívico».

Para Adalberto Campos Fernandes, não avançar com a reforma hospitalar custa muito mais ao país do que um ano inteiro sem que os hospitais cumpram a lei dos compromissos.

Esta lei impede os serviços do Estado de assumir despesa que não tenha cabimento nos três meses seguintes, mas, no caso da saúde, tem suscitado polémica por dificuldades de aplicação e cumprimento por parte dos hospitais.

O presidente da Administração Central do Sistema de Saúde reconheceu, durante o debate, que esta lei foi implementada «num contexto nacional desadequado», e defendeu igualmente a importância de avançar com a reforma hospitalar.

«Se existe redundância de serviços [ao nível dos hospitais], há possibilidade de fazer melhor com menos», comentou João Carvalho das Neves, admitindo que é preciso que a reforma hospitalar avance mais depressa do que tem vindo a acontecer.


Postado por Joaquim Carlos
Imagem das urgências do hospital Infante D. Pedro de Aveiro (Autoria: Diário de Aveiro)
Comentários: idosos, doentes crónicos, deficientes, pobres entre outros são considerados pelos economistas como bocas inúteis, um peso para a economia do país, pelo que, devem deixar de fazer parte do reino dos seres pensantes no mais curto espaço de tempo possível, por forma a equilibrar as finanças públicas. Será a febre que ministro da saúde está a ser vítima? O que vai ele fazer a um lar de idosos? A um centro de cuidados continuados? A um hospital?
Deve dizer para com os seus botões: o que estás aqui a fazer nesta cama? Deves embarcar p’ra terra o mais breve possível, porque os doentes não fazem falta, só me estragam as contas públicas do meu ministério. Se não estou certo nesta opinião, devo andar por perto.

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