3.08.2013

Saúde Octapharma alertou governos para a utilização do plasma português


Saúde Octapharma alertou governos para a utilização do plasma português
A Octapharma, empresa que fornece plasma inactivado aos hospitais portugueses, revelou ter alertado "sucessivos governos e entidades dirigentes" para a necessidade de se aproveitar o plasma português, que até agora era deitado para o lixo.
Octapharma alertou governos para a utilização do plasma português
Lusa
PAÍS
Em entrevista à agência Lusa, por escrito, o director geral da Octapharma Portugal, Abramo Brandi, disse que o aproveitamento do plasma português sempre foi, para a empresa, "uma questão fundamental".
"Portugal, em linha com outros países europeus congéneres, poderia e deveria ter um programa para aproveitamento do seu plasma", disse.
Apesar disso, e de a Octapharma Portugal ter "alertado para esta necessidade sucessivos governos e entidades dirigentes", o plasma proveniente do sangue doado em Portugal foi destruído, até ao ano passado, altura em que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) começou a congelar este produto para futuro aproveitamento.
O presidente deste instituto revelou à Lusa que o aproveitamento do plasma português vai ocorrer já este ano, estando para breve o lançamento de vários concursos nesse sentido.
Perante este anúncio, Abramo Brandi afirmou que "a Octapharma está sempre disponível para se apresentar como parceiro em programas industriais para a inactivação e fraccionamento do plasma humano português".
Isto apesar de o último concurso lançado em 2012 pelo IPST para a inactivação do plasma ter sido impugnado por duas das três empresas concorrentes (a Octapharma e a Maco Spania).
"Do ponto de vista da Octapharma - e de outro concorrente, que impugnou o mesmo concurso, com o mesmo fundamento - este concurso apenas permitia a uma empresa responder, ao seleccionar como método de inactivação viral de plasma o método que apenas é usado por uma das empresas que operam no mercado, excluindo todas as demais", disse.
Uma justificação que foi aceite pelo IPST, que optou por avançar para um ajuste directo com a empresa que fornece essa técnica.
Mais dois concursos avançarão em breve, para a inactivação do plasma por uma técnica industrial que a Octapharma desenvolve e também para a fragmentação do plasma com vista à sua utilização em medicamentos.
Sobre a entrada do IPST no mercado do plasma, Abramo Brandi disse não entendê-la como concorrência.
"Naturalmente, os preços dos produtos da Octapharma são compostos por duas fracções distintas - uma referente à própria matéria-prima, o plasma, outra referente aos processos de fabrico e patentes dos produtos e às tecnologias envolvidas".
"A Octapharma está e sempre esteve mais do que disponível para responder ao processo de concurso para inactivação do plasma, sempre se apresentou em todos os concursos que o Estado português lançou, quer para este objectivo quer para outros e fê-lo sempre seguindo a tendência dos diversos países Europeus", acrescentou.
Em termos de funcionamento e produção, o responsável adiantou que "não há qualquer diferença entre tratar o plasma português ou qualquer outro que tem que adquirir", sublinhando que, "para o Estado português, naturalmente, a utilização do plasma português para o fraccionamento teria todas as vantagens em termos de poupanças".
Sobre a polémica em torno da escolha do ex-primeiro-ministro português José Sócrates para a Octapharma, Abramo Brandi recusou-se a pronunciar sobre a escolha, afirmando apenas que esta "já foi largamente comentada".
Questionado sobre notícias que interpretavam esta nomeação como uma contrapartida por favorecimentos à Octapharma durante os governos em que José Sócrates foi primeiro-ministro, Abramo Brandi negou-as "categoricamente" e considerou-as "lamentáveis".


Comentários: nós é que somos os terroristas de sangue!!! tal como fomos classificados no ano transacto. Como se a designação só por si não bastasse, reduziram os apoios financeiros, alegando contenção financeira, quando na volta são movimentados milhões de euros neste claro vrs indesmentível negócio. Com uma mão tiram-nos os sangue, com a outra vão-nos à carteira obrigando os dadores a pagarem os valores das taxas moderadoras onde não deviam. Temos o que merecemos, nem mais nem menos.

Não estou contra ao alegado negócio, sempre estive foi contra à forma como começamos a ser tratados.
Não façam de nós pacóvios. A investigação jornalística ainda nem saiu do adro da capela, disso é o que mais temo. Quem anda de braço dado com este procedimento?

Joaquim Carlos - ADASCA


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